Na confluência dos riachos Cumbe e Gangorra se encontra
ainda hoje o sitio Barro, topônimo recebido pela argila fácil e de qualidade inigualável.
E ainda perduram nos dias atuais, os riachos, o sitio e a cidade que por consequência
ganhou o mesmo nome.
O mesmo já não se pode dizer dos artesãos “do Barro”, que em
tempos idos fabricavam belíssimas peças.
Com a modernização essa artifício foi se limitando apenas a
algumas poucas senhoras de uma mesma família, que ainda fomenta esse desejo de
não ver a sua arte ser para sempre abolida.
Dona Maria, Nenê e Lúcia três irmãs, três desejos:
Preservação, conscientização e continuação dessa arte que reflete a nossa cultura
e mantem viva a nossa memória.
A manipulação do barro é uma das artes mais antigas já exploradas
pela humanidade. Ela permite dar forma a objetos pelos mais diversificados
meios que a imaginação e a criatividade humana possam permitir. Reflete a
cultura de um povo, suas tradições, costumes e crenças. As peças de cerâmica são
utilizadas e/ou decorativas, dependendo do momento local ou apelo social. Seus
vasos são confeccionados por inúmeros e longínquos povos que se atribuem a eles
as mais diversas funções, seja para a manipulação de alimentos, transporte,
armazenamento, objetos litúrgicos ou até decorativos. Em tempos remotos eram
utilizados até como urna funerária. Certos utensílios registram uso já na pré-história;
sua técnica de queima e vitrificação datam do Egito antigo; porem ganhou outra
dimensão, para os padrões decorativos na Grécia Antiga, com os vasos gregos que
, tematizados, consagraram um estilo.
O barro percorre um longo caminho passando pela queima até o
consumo. A argila é geralmente encontrada nas margens de rios, localizada até
um metro de profundidade, ela é extraída aos poucos, formando bolas que depois
são deslocadas até o local de manuseio, olarias etc. onde serão “tratadas”,
tiradas todas as impurezas como pedras, galhos e outros materiais que possam
danificar a peça ao passarem pelo processo de queimação. Cada artesão encontra
sua forma particular de realizar essa atividade. A argila permite diferentes
formas de manuseio: através de um torno, em olarias, com a modelação utilizando
“teques” ferramentas imprescindíveis para a confecção da arte.
Se faz imperativo o estimulo necessário para manter viva essa tradição que deu deu origem ao nome dessa nossa terra tão amada. Vamos juntos valorizar a nossa cultura e a nossa arte.
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